segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Reflexão Cidadania Digital - Carolina Oliveira

Com a tecnologia a realidade humana tem sofrido inúmeras alterações e é por esta razão que “O fenômeno humano não pode ser entendido fora de seu diálogo com a tecnologia” (Silveira, 2010). Embora seja um tema abordado frequentemente ao longo da nossa vida, mais precisamente nos anos de escolaridade, o tema da cidadania digital é muito ignorado talvez por ser um tema que as pessoas acreditam dominar a 100%.
A tecnologia tem sofrido inúmeros avanços a um ritmo elevado nos últimos anos. No ano de 1946, com o Electrical Numerical Integrator and Computer (ENIAC), o primeiro computador digital eletrónico de grande escala no mundo, deu-se início à era digital. Esta nova era trouxe-nos um mundo diferente, cheio de mais-valias, a começar pela redução e eliminação de perda de qualidade nos ficheiros transferidos, seguido de novas formas de comunicar (as redes sociais permitem-nos manter o contacto com familiares emigrados e reencontrar amigos) e de comunicação, de aprender e de viajar, entre outros. Contudo, não há só benefícios: a internet possui igualmente riscos e consequências quando usado incorretamente e inconscientemente, podendo ser sinónimo de problemas. Em 1993, a internet foi identificada como Word Wide Web (Vasconcelos, 2016), tendo um “grande poder que acarreta uma enorme responsabilidade” (Pereira, 2017), por isso é importante desde cedo alertar as crianças e jovens para os cuidados a ter na sua utilização, alertar para os problemas como o cyberbullying que quando detetado tardiamente pode levar a problemas psicológicos ou no pior dos casos até ao suicídio, e alertar para os mitos como a existência de anonimato ou o facto de o conteúdo perder a propriedade quando feito copy paste. Como perigos subjacentes à utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podemos anotar as burlas, as ameaças à privacidade e identidade e o processamento de dados. Através de uma câmara IP, a empresa Kaspersky Lab “analisou objetos domésticos do quotidiano, controlados por aplicações e encontrou vulnerabilidades em todos” (Sem Autor,2016), o que comprova a existência de problemas de segurança e a facilidade em aceder aos nossos dispositivos móveis, alertando para os riscos a que estamos sujeitos na internet.
Os usuários tem também deveres, cabe-lhes conhecer e respeitar as regras do espaço virtual, onde a primeira lição é saber respeitar o próximo. É verdade que ao navegar na internet estamos sujeitos a vários perigos, mas grande parte deles são impostos pelo próprio usuário que se coloca numa posição vulnerável e de insegurança, pela incapacidade de distinguir os sites a que pode aceder na internet. Segundo (Vasconcelos, 2016), “A maior ameaça somos nós. É cada um de nós, ao clicar em links sem razão que não seja por puro voyeurismo ou ao abrir inadvertidamente ficheiros com a gula de obter algo de forma fácil e sem custos.”.
A questão da cibersegurança é uma longa e difícil luta que está longe de terminar até porque o “(…) mercado negro de venda de falhas de segurança informática é, provavelmente, um dos mais ativos e lucrativos do mundo” (Oliveira, 2016). Assim sendo, e tendo em conta que atualmente cada vez mais são as crianças e os jovens os principais utilizadores dos dispositivos informáticos e consequentemente da internet, é importante, para combater todos estes riscos causados pelas novas tecnologias, promover continuamente o debate nas escolas e o esclarecimento de dúvidas através de palestras/conferências, tendo em conta que este local tem como objetivo preparar os seus alunos para o futuro. Tal como sugerido na página da plataforma “Net Viva e Segura” lançada pela Google e Deco Protest, “(…) conferências ‘NETtalks’, uma iniciativa nacional que convida a comunidade educativa a refletir sobre a importância de adotar comportamentos mais seguros e em respeito pela privacidade dos dados pessoais, no acesso à Internet.” (Sem Autor, 2017). Desta forma, é possível consciencializar este público-alvo mais vulnerável, mais imaturo, com pouco conhecimento sobre os perigos que esta nova realidade possui, para praticas mais cuidadas e para um bom senso e juízo quando se recorre às tecnologias. Curiosamente, durante o momento de estágio, tive a oportunidade de assistir a uma comunicação relacionada com este tema “Comunicar em segurança na Internet”, à qual os alunos aderiram de imediato e com entusiasmo, pois a internet é uma realidade com a qual contactam diariamente.
Às questões de segurança aliam-se as questões de fidedignidade. Existem inúmeros conteúdos de risco a circular pela internet, e é por isso importante criar cidadãos que não só saibam pesquisar a informação e identificar a fonte da informação como também sejam críticos na leitura dessa mesma pesquisa.
A solução para manter em segurança, principalmente as crianças, não passa pela proibição do uso das TIC porque “Estar desconectado num mundo digital é estar privado de novas oportunidades para aprender, comunicar e desenvolver competências para o mercado de trabalho do século XXI”. É por isso urgente e imprescindível que os jovens sejam ensinados acerca das questões ligadas à literacia digital, onde se inclui a consciencialização para uma prática correta na sua utilização, e por outro lado, sejam consciencializados e “(…) protegidos do abuso, da exploração, do tráfico, do cyberbullying e da exposição a conteúdos inadequados” (Lobo, 2018). Além disso, cabe aos adultos a missão de supervisionar as crianças. A questão que se coloca é por que razão é que os pais em relação aos seus filhos “não tomam as mesmas precauções quando navegam na internet” (Sem Autor, 2017) que tomariam se estivessem na rua ou num centro comercial. É frequente observar crianças, a partir dos 2 anos, a explorarem livremente e sem qualquer apoio ou vigilância, dispositivos móveis (smartphones e tablets) que rapidamente levam a um acesso online. O que me leva a acreditar que nem os adultos estão suficientemente informados ou pouco consciencializados sobre o perigo iminente do acesso à internet, pois caso contrário não expunham toda a sua vida nas redes sociais como é comum observar, ou muito menos dariam para as mãos de uma criança um objeto que tantos riscos possui.

No que diz respeito à minha envolvência no mundo virtual, considero que me tento precaver ao máximo, evitando publicar fotografias ou informações pessoais. Apesar disso, acredito que estou muito longe de poder afirmar que estou protegida dos perigos que a tecnologia envolve, pois o facto de atualmente a maior parte das informações se armazenarem nos computadores e de possuir redes sociais já por si representa um risco. Em suma, a presente citação de Mia Couto traduz na perfeição a forma como a tecnologia tem vindo a transformar as nossas vidas, no que concerne principalmente à dinâmica das comunidades, das famílias e também das escolas “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.” (Vasconcelos, 2016).

Referências Bibliográficas


Lobo, A. (26 de janeiro de 2018). UNICEF analisa o impacto do digital na vida das crianças. Obtido em dezembro de 2018, de educare: https://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=117442&langid
N.d. (11 de novembro de 2016). Internet das Coisas tem muitos benefícios mas deve ser usada com algum cuidado. Obtido em dezembro de 2018, de SAPOTEK: https://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigos/internet-das-coisas-tem-muitos-beneficios-mas-deve-ser-usada-com-algum-cuidado
N.d. (17 de novembro de 2017). Os cuidados que deve ter para navegar em segurança na Internet. Obtido de tvi24: https://tvi24.iol.pt/tecnologia/recomendacoes/os-cuidados-que-deve-ter-para-navegar-em-seguranca-na-internet
Oliveira, P. M. (16 de novembro de 2016). Quem vigia a Internet de Todas as Coisas? Obtido em dezembro de 2018, de Exame Informático: http://exameinformatica.sapo.pt/opiniao/2016-11-16-Quem-vigia-a-Internet-de-Todas-as-Coisas-
Pereira, J. P. (11 de novembro de 2017). Na Internet “nunca é possível dar 100% de garantia”. Público. Obtido em dezembro de 2018, de https://www.publico.pt/2017/11/11/tecnologia/entrevista/na-internet-nunca-e-possivel-dar-100-de-garantia-1791969
Silveira, S. A. (2010). Cidadania e Redes Digitais: Poder comunicativo, ecossistemas digitais e cidadania digital. São Paulo. Obtido em 17 de dezembro de 2018, de https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/35376229/c_i_d_a_d_a_n_i_a_e_r_e_d_e_s_d_i_g_i_t_a_i_s_1.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1545254852&Signature=tAGGUja49%2FCyV6rO79pBKkH6y10%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filenam
Vasconcelos, P. (03 de novembro de 2016). O surfista e a onda: fraude na internet. Obtido em dezembro de 2018, de Visão: http://visao.sapo.pt/opiniao/silnciodafraude/2016-11-03-O-surfista-e-a-onda-fraude-na-internet


sábado, 29 de dezembro de 2018

Cidadania Digital - Ana Catarina Rigor


No dia 3 de Dezembro de 2018, no âmbito da Unidade Curricular "Língua Portuguesa e Tecnologias de Informação e Comunicação", o docente João Torres deu uma aula aberta na Escola Superior de Educação onde, perante a turma do 3º ano da Licenciatura em Educação em Básica, abordou o tema “Cidadania Digital”. Entende-se por “Cidadania Digital” o bom uso das tecnologias por parte das pessoas, isto é, a utilização destes meios de forma culta, legal e responsável tanto por parte de crianças como de adultos tendo em conta diferentes contextos de utilização. Acima de tudo, é saber agir como cidadão também em ambiente virtual, respeitando as normas de conduta, direitos e deveres que são estabelecidos pela nossa constituição.
Tendo em conta que nos dias de hoje as novas tecnologias, sobretudo a internet, são utilizadas cada vez mais por “miúdos e graúdos” na medida em que temos uma sociedade cada vez mais “digital” e preparada para a recorrente utilização das tecnologias em diversas actividades do dia-a-dia, cabe essencialmente às escolas, em conjunto com as famílias, o papel de formar desde cedo as crianças, em idade pré-escolar e escolar, para uma atitude consciente relativamente à utilização das novas tecnologias, ou seja, tornando-as aptas relativamente ao saber estar e utilizar a internet.
Posto isto, além das claras e inegáveis vantagens que a sua utilização tem para a sociedade em geral, sendo muitas vezes um meio facilitador na vida das pessoas, cabe também aos meios de comunicação, protecção/segurança, entre outros, alertar todos os cidadãos para os riscos que determinados conteúdos da internet podem ter na sua segurança de todos nós,  por exemplo, através de campanhas de sensibilização, acções de formação, workshops de carácter gratuito e/ou obrigatório em locais específicos, tal como a escola.
Um dos principais riscos de uma utilização irresponsável é fácil a exposição de informações/dados pessoais nestes meios online com a finalidade, por exemplo, de fazer compras online; criar contas nas redes sociais e/ou jogos/quizzes que requeiram informações detalhadas à cerca do utilizador. São muitos os outros riscos associados a esta temática que põem em risco a segurança do próprio cidadão bem como do seu lar visto que, hoje em dia através da informática, e das falhas de segurança provenientes desta, é possível ter acesso a muita coisa, nomeadamente informações de carácter mais pessoal (Ex: contacto telefónico e morada).
Contudo, não só os meios mencionados anteriormente são a solução total destes problemas. Obviamente que a sua missão de alertar os cidadãos para os perigos que a internet traz consigo é uma mais valia e, é um facto, que já são muitas as acções de sensibilização criadas a nível nacional, onde a informação chega cada vez mais de forma clara às pessoas (Ex: campanha da PSP). No entanto, a internet continua a ser causadora de grandes infelicidades na vida das pessoas pois, além de sensibilizadas, estas têm de ter um papel activo na sua própria protecção, na medida em que devem ser as primeiras a pôr em prática as medidas de protecção que lhes são impostas algo que, principalmente através das redes sociais (Ex: Facebook), onde são expostas diariamente por exemplo informações relacionadas com a sua localização no momento, deixa muito a desejar.
Posto isto, é fundamental que as pessoas tenham desde cedo consciência de que tudo o que faça na internet, seja isso positivo ou negativo, fica lá registado de forma permanente sendo por isso necessário ter-se em consideração a forma e os meios com se fazem determinadas coisas utilizando as novas tecnologias, sobretudo a internet, sendo possível equiparar a segurança necessária ao utilizá-las à segurança que se tem no dia-a-dia, por exemplo, ao atravessar a rua.


Docente: Tiago Falcoeiras
Discente: Ana Catarina Rigor nº160142057

Ano lectivo 2018/2019


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

"Robot, conta-nos a tua história!"


Esta atividade designada de “Robot, conta-nos a tua história!” é destinada a crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico e tem como principal objetivo a criação por parte das crianças de uma história segundo a interpretação das imagens presentes no tapete. Para formarem a narrativa, as crianças devem utilizar o robot (Blue-Bot) e individualmente e/ou em grupo preparar o circuito que este deve percorrer de modo a formar a narrativa.
Além da realização individual desta atividade, poderá existir uma adaptação da mesma para um grupo de crianças que em conjunto contam a sua história, onde todas as ideias são bem-vindas e possíveis de conjugar sempre em articulação com o robot que estimula as competências de orientação espacial e atenção ao mesmo tempo que são trabalhados conteúdos de Língua Portuguesa como: a produção de diferentes tipos de texto tendo em conta a estrutura formal de um texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), a pontuação na medida em que, ao mesmo tempo que o robot vai passando pelas imagens, alguns elementos do grupo podem escrever numa folha de papel a história que vai sendo pronunciada oralmente e consequentemente trabalhada a temática da noção de período do parágrafo.
De seguida, quando a história está finalizada e totalmente escrita em papel, poderá ser trabalhada a expressão oral no sentido em que as crianças podem apresentar a sua história ao restante grupo bem como ao professor(a), sendo trabalhadas questões como a leitura, mas sobretudo as competências necessárias nesta, por exemplo, a articulação/ritmo, entoação, pausas, interrupções, silêncio(s) e gestualidade. Além disso, serão apresentadas e discutidas diferentes formas de interpretação do mesmo conjunto de imagens, sendo promovida também as diferentes orientações que o robot pode tomar tendo em conta a história formada.
Tendo em conta que estão presentes 16 imagens no tapete, a criança deve tentar utilizar o máximo de imagens possíveis para contar a sua história, no entanto não está predefinido um número mínimo nem máximo.
É importante frisar que o objetivo de contar histórias vai para além da sua recriação, através delas é possível enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, possibilitando a viver o imaginário. Além do mais, as histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas imprescindíveis para o pensamento, tais como a comparação, o pensamento hipotético, o raciocínio lógico e as relações espaciais e temporais.





domingo, 9 de dezembro de 2018

Tux Paint

O Tux Paint é uma ferramenta gratuita de desenho livre. Este software tem como público alvo crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos.
Numa primeira análise o TuxPaint é muito semelhante ao Paint (software incluído nas versões do Microsoft Windows), que é um simples programa gráfico de pintura que permite a edição de imagens e a criação de desenhos simples.
Todavia, ao explorar ambos os programas apercebemo-nos que possuem ligeiras diferenças. O TuxPaint em oposição ao Paint possui ícones explícitos quanto à ação que permitem desempenhar, o facto de apresentarem uma legenda também ajuda; possui diversificados ícones de desenho como flores, relva, tijolos entre outros; requer uma menor coordenação motora, pois não exige tanta sensibilidade no manuseamento sobre o rato, possibilitando ao utilizador um maior controlo da motricidade fina.
No entanto, o facto de ter vários carimbos (função inexistente no Paint), na nossa opinião pode ter prós e contras. Como ponto positivo permite que as crianças se preocupem em realizar algo mais complexo e menos abstrato. Como ponto menos positivo, pode delimitar um pouco a criatividade da criança.
Mas em todos os casos, convém salientar que a representação visual permite expressar sentimentos, ideias e observações, o que principalmente para uma criança do pré-escolar é uma grande ajuda tendo em conta que ainda não domina a escrita, podendo ser usado como a base para hipóteses, discussões e argumentos, levando a observações adicionais e a representações novas.

Iremos apresentar duas propostas de atividades para serem realizadas em sala de aula, recorrendo ao TuxPaint.

Proposta 1. Para as crianças se apropriarem de todas características e finalidades que esta ferramenta oferece é importante que antes de mais seja feita uma exploração livre do software, podendo resultar num desenho também ele livre.

 Proposta 2. No âmbito da matemática, é possível trabalhar os padrões e as diferentes formas geométricas (círculo, triângulo, quadrado, retângulo, entre outros). Com os carimbos de diferentes formas é possível trabalhar os padrões, criando uma sequência. Após criada a sequência pode-se pedir às crianças que identifiquem a unidade de repetição, e que a reproduzam colorindo as formas geométricas.



Referências Bibliográficas


Atividades no TuxPaint: Atividades escolares para serem trabalhadas no TuxPaint. (dezembro de 2018). Obtido de https://atividadesnotuxpaint.files.wordpress.com/2010/10/sequencia11.png

Tux Paint: Open Source Drawing Software for Children. (dezembro de 2018). Obtido de http://tuxpaint.org/




Reflexão final - Carolina Oliveira